quinta-feira, setembro 28, 2006

Googlism for Moby Dick [the old Al Berto way - e com as favoritas a bold]

moby dick is coming starring patrick stewart
moby dick is the single greatest work
moby dick is coming
moby dick is the umbrella for a variety of projects along the subject of ubiquitous computing and wireless communication
moby dick is waiting
moby dick is perhaps the greatest of all american novels
moby dick is about different points of view
moby dick is the whaler's nightmare
moby dick is the single greatest work of american fiction apr 13 '00
moby dick is the single greatest work of american fiction'
moby dick is the whale that took off ahab's leg
moby dick is great for the entire family
moby dick is rated 5
moby dick is one of the many
moby dick is generally regarded as herman melville's masterpiece and in many circles
moby dick is a great novel and it is a fascinating factual chronicle
moby dick is a major work of romantic literature
moby dick is that little elliott from et has grown up really nicely
moby dick is sighted
moby dick is in front of ahab
moby dick is presented in a 1
moby dick is the champion
moby dick is not the personification of evil by any means
moby dick is an incredible work by melville most often referred to as an epic
moby dick is a story told on two levels
moby dick is first revealed in chapter 36
moby dick is a force of god
moby dick is without a doubt a literary classic
moby dick is a minor work from a major talent that is still recommended as an introduction to a magnificent novel
moby dick is near
moby dick is
moby dick is something far more complex and profound than a simple tale of adventure on
moby dick is a tough book
moby dick is now an unstoppable killing machine
moby dick is not so much the meat as the pita bread
moby dick is portrayed is as nature
moby dick is an unusually large
moby dick is about the white whale from the classic literature
moby dick is their common destiny
moby dick is not a character
moby dick is a book about blubber
moby dick is a magnificent collection of essays and short stories about the night sky
moby dick is a multi
moby dick is the first great american monster novel
moby dick is far more than a story of "man hates whale
moby dick is a play which children can enjoy
moby dick is indeed a good example to worry about
moby dick is right behind us
moby dick is obsessed with killing you?
moby dick is very complex
moby dick is promising
moby dick is a patchwork of the “evil captain” theory and the “nothingness” theory
moby dick is much more than a story about whaling
moby dick is bedoeld voor
moby dick is a federated database system
moby dick is a straight forward castro gay bar
moby dick is one of the most amazing mathematical artifacts i have ever seen
moby dick is used to teach literary interpretation because there's a lot of stuff you can get from the book
moby dick is thinking about

no site Googlism

Artesanato

Óbidos e os seus pequenos encantos :p

quarta-feira, setembro 27, 2006

Confessionário (IV)

- Então hoje é o Dia Internacional do Monossílabo?
- Sim.

terça-feira, setembro 26, 2006

post com 'bolinha' vermelha

A caracoleta é um bicho curioso... :p

segunda-feira, setembro 25, 2006

Enfim, a retoma

O Expresso Emprego já começa a trazer mais anúncios, depois do período de férias... e agora que as empresas estão de novo a todo o vapor é altura de contratar um gajo para substituir aquele que saiu em Julho para ir ganhar mais, de expandir o negócio e meter mais um a ajudar aquele desgraçado que nunca sai todos os dias antes das oito da noite, antes que ele se ponha a mexer por causa de uma oferta melhor... e que seja um recém-licenciado, assim pode fazer um estágio, e o Estado sempre ajuda no ordenado do rapazito (sempre é melhor do que pôr lá uma menina).

E assim tantos começam a actualizar a folhinha do curriculum, copiando modelos da net, lendo os truques para dar uma apresentação directa, objectiva e frontal do que sabem e do que deveriam saber fazer. E pronta a folhinha, é chegada a altura de mandá-la por mail a dezenas de empresas (cuidado para não esquecer de mudar o nome da empresa no texto do mail - o resto pode ficar igual), ou mandar por carta porque é mais pessoal, com uma apresentação a acompanhar, com fotografia ou sem ela conforme os dotes estéticos do candidato.

E depois vêm as semanas de espera, passadas no sofá a ver de manhã o Cláudio Ramos e o horóscopo da Maya, que diz que a sua semana será atribulada, cuidado com os negócios, a saúde está estável e no campo amoroso vai receber uma notícia que não esperava. As respostas tardam, o leque de empresas para onde o curriculum é enviado começa a aumentar, qualquer coisita era tão boa, pelo menos para começar, não é? É sim.

E depois para alguns (não todos) chega o grande dia, e lá vão eles tensos, engalanados e trengos como miúdos no primeiro dia da escola. É tudo tão novo, tão diferente, há tanta coisa a aprender, os colegas parecem simpáticos e prestáveis, o ambiente é bom, vão gostar de certeza.

Quanto tempo passou? Seis meses? E achas repetitivo, o teu trabalho? E os teus colegas, são umas bestas invejosas e sem vida própria fora do maldito escritório onde passas com eles a maior parte da tua vida? E cansas-te de engolir sapos, de aturar imbecilidades e de fazer todos os dias sempre a mesma coisa? E ganhas mal? É pouco para o carro, para a casa, para as contas, para o arranjo do frigrorífico que tinha que avariar logo agora, um mês depois dos dois anos de garantia? Eu na tua situação actualizava o curriculum e começava a mandar para outros lados. Sempre ganhaste experiência, não foi?

Foi, foi. Ainda bem que já há mais anúncios no jornal.

Na ponta dos dedos

domingo, setembro 24, 2006

pure | pink

há dias de chuva. e há dias assim.

T-shirts a um euro, na Feira de Monte Abraão [casacos a 2 euros]

«Nã me róbem, nã me róbemmmm! Aquela que róbar vai nua p'ra casa!!!»

quarta-feira, setembro 20, 2006

De Dignitatis

Nesta segunda-feira, espreitava eu o programa «Prós e Contras» e ouço dizer a um senhor Professor recentemente retirado, bem como a um representante da FENPROF, que é preciso devolver ao professor a dignidade e autoridade de que foram destituídos. A salva de palmas que inundou o auditório onde decorria o programa pareceu justificar um acordo total de dezenas de professores.

Hoje de manhã, ao ver as reacções das mais diversas entidades e personalidades à nomeação do Juíz Pinto Monteiro, surge um representante da associação ou ordem (confesso que me escapou) dos Magistrados que defendia vivamente que esta nomeação deveria trazer de volta a dignidade e autoridade dos magistrados.

As coisas que se depreendem destas reclamações são muitas e cada qual mais assustadora que as anteriores. Depreendemos que os juízes sentem que estão desautorizados, o mesmo sentem os professores e o mesmo sentiram várias classes profissionais em Portugal. Com efeito o nosso país tem, de há longos anos, um problema grave com a autoridade. Se antes do 25 de Abril esta era exercida com despotismo e num regime tirânico, até aos nossos dias a autoridade não entra com facilidade nos nossos hábitos. Mas isso é compreensível: num país onde o principal modus operandi é o escamoteio da responsabilidade, nunca poderá a autoridade exercer-se com equilíbrio.

Os pais que não exercem autoridade são os primeiros a intervir violentamente quando um professor, nas mais das vezes, justificadamente aplica um bom tabefe no gaiato. Os juízes portugueses envolvem-se em discussões desportivas nas quais se portam pior que crianças e não levam tabefes por causa do status quo...

Os exemplos sucedem-se, mas chegamos ao ponto de perguntar quem afinal é responsável pela desautorização, pela "desdignificação"? Meus amigos, creiam-me, são os próprios.

Em Portugal em vez de se unirem as classes preferem as pequenas guerras internas; em vez de exigirem as grandes mudanças, passam o tempo todo a lutar pelas insignificâncias; em vez de serem profissionais, são brejeiros amadores. Claro que há excepções, mas... são elas que fazem a regra.

terça-feira, setembro 19, 2006

Confessionário (III)

- Compraste o Expresso?
- Não.
- Porquê?
- Já tinha o DVD.
- E o Sol?
- Também não.
- Porquê?
- Porque não traz DVD.

segunda-feira, setembro 18, 2006

Grandezas e Misérias do Terrorismo

- Ouviste falar daquilo em Minorca?
- O quê?
- Caiu o telhado de uma estação de combóios ou lá o que foi... havia umas 20 pessoas desaparecidas nos escombros...
- Terá sido o Bin Laden de novo?
- Não creio... foi um atentado Minorca... o Bin Laden agora só quer coisas em grande.
- Ehehe isso é muito bom para por num blogue.

sexta-feira, setembro 15, 2006

A ternura dos 20

Charles Foster Eminem

quinta-feira, setembro 14, 2006

Nem sequer uma epizeuxe, nem sequer um anacoluto, nem licença nem parrésia

Amanhã,
quando me vires,
vais assustar-te.

Vou aparecer-te vestida
com meus cortinados preferidos
(de 1960)
e as minhas mãos
estarão envoltas em alcatifa amarela.
Os meus cabelos
vão estar desalinhados
e vou esquecer-me de pôr desodorizante
(de propósito).

Vamos falar dos nossos problemas
(pois é sempre bom partilhar os problemas)
para termos razão de queixa.

Vais assustar-te tanto
que não vais conseguir
(pelo menos durante um mês)
usar uma única figura de estilo.

No entanto, e só para concluir,
não te falarei
de como te vou contagiar
com as minhas ganas
de ficar em casa o resto da vida
a comer bolachas de chocolate.

Oiço o Tic-Tac

Mas porque raio anda sempre a Floribela com aquele ar tão tristinho e deslavado, com os olhos tão clarinhos como cristal a pestanejar descontentes, como se o seu papel fosse o de sofredora do mundo? E é que alterna essa postura de mártir com a de uma labrega que diz o que lhe apetece, faltando-lhe apenas arrotar à mesa e sentar-se com as pernas abertas...
E o jovem de cabelo e barba pintados que representa o amor desencontrado? Sempre irritado com tudo e com todos, zangado com a vida, esforçando-se por parecer mais velho do que realmente é, tratando a sofredorazinha com rispidez para negar um amor profundo que a canalhada acompanha sem ver jeito de se concretizar. Que personagem de treta.

E quando a novela acabar e o parzinho ficar junto, por acaso será que o gajo deixa de ser o stressadozinho nervoso que irrita qualquer um? E ela, torna-se numa princesa refinada e alegre, cheia da espontaneidade que tentam fazer passar como engraçada e livre e de uma pureza encantadora? Quando acabar ele continua a mesma besta quadrada, ela adquire um bigode mal disfarçado por começar a rapá-lo, mantendo o olharzinho triste, desencantada com a vida, cansada de levar coça do barba loira neurótico e incapaz. Mas não creio que esses episódios sejam transmitidos.

Como ter muitas visitas no seu blogue

É simples. Basta usar o nome de alguém que assine (ou já tenha assinado) colunas de opinião num dos jornais nacionais.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Porque São As Coisas Como São

terça-feira, setembro 12, 2006

Resposta ao Confessionário [II]

quando duas pessoas se encontram

todos os espelhos se quebram em mil

porque o Feng Shui não gosta de espelhos.

quando duas pessoas se encontram

há festa

dentro das flores

e

dentro desse imenso aquário que é o oceano

até as baleias batem palmas

com as suas barbatanas colossais.

[quando duas pessoas se encontram

e

quando são as pessoas certas

pois o lugar não tem qualquer importância. ]

Confessionário (II)

- Sabes, eu acho que, às vezes, quando duas pessoas se encontram, há festa no céu.
- Com música, danças, acepipes, champagne e orgias dionisíacas?
- Não. Falo de liras, refrescos de maracujá, conversas sobre poesia e coroas de flores.
- Como as dos havaianos?

REDRUM

Na ausência do picador de gelo, she said*

segunda-feira, setembro 11, 2006

Sabedoria Popular

Para os desafortunados que querem consultar vídeos do YouTube e tudo o que conseguem é uma mensagem a reclamar o mediaflash ou qualquer coisa semelhante (e que não podem instalar o dito software no pc onde querem ver os vídeos), aqui está a seguinte fórmula mágica:

1- O endereço dos vídeos aparece como: http://www.youtube.com/watch?v=xptoetc.etal

2 - Apagar «watch?» e substituir o «=» por «/»

3 - Endereço final: http://www.youtube.com/v/xptoetc.etal

4 - Ver o vídeo (e cuidado porque o chefe pode aparecer por trás).



Mesmo em pleno século XXI, a necessidade aguça o engenho...

Freud Explica

«Playback» de Segunda-feira

Dúvida de Gramática

Se eu escrever "holocaustozinho" posso ser acusada por discriminação?

domingo, setembro 10, 2006

I hear your name and I'm a flame

Um presente de domingo. Cliquem na imagem para ver.

quinta-feira, setembro 07, 2006

Boas (e) Novas

«Fim do galheteiro leva ao aumento do preço do azeite»

Título de Notícia no DN de ontem
-------

«Subsídio de desemprego

Sabrina Knop, Juliana Neves e Patrícia Kreusburg, três hospedeiras de bordo brasileiras que perderam os seus empregos devido ao processo de falência da companhia Varig, aceitaram ser fotografadas para a edição deste mês da revista Playboy»
Pequena notícia de Capa no Público online ontem

terça-feira, setembro 05, 2006

Confessionário (I)

- Eu nem sequer o amo. Foi uma paixão. Só que em vez de ter sido em Paris ou Barcelona foi em frente à Basílica da Estrela.
- Assim, no meio da rua?

Professione: reporter

É um filme muito esquisito. É muito assustador perceber que, nos anos 70, as pessoas não se preocupavam com os padrões das várias peças de roupa que vestiam (ou talvez se preocupassem com tentar fazê-los divergir o mais possível). Os homens usavam tacões. (Se calhar digo isto porque prefiro o Jack Nicholson gordo e a fazer dele próprio.) Os fluidos de Maria Schneider dão-se muito melhor com os de Marlon Brando, e o barulho de uma ventoinha não é propriamente o saxofone de Gato Barbieri. (Mas também é verdade que Paris não é propriamente Barcelona.) Como diz a amiga S. (que vocês ainda não conhecem) é, sobretudo, estranho as coisas demorarem tanto tempo. Os assuntos de Antonioni ter-se-iam resolvido com mais ligeireza com um telemóvel - ou um pager, vá lá. A fotografia é demasiado perfeita. Um plano que passa as grades de uma janela sem se perceber como é algo demasiado perfeito.

É. Eu detesto filmes bonitos.

Abaixo as frases declarativas

- As pessoas andam tão sérias.
- Já viste a seriedade com que disseste isso?

segunda-feira, setembro 04, 2006

História sem Proveito e de Nenhum Exemplo

Não sendo, como não sou, um orador excepcional e muito menos um escritor, é com imenso prazer que vivo aquelas situações do dia-a-dia que antecipam sob a forma de exemplo perfeito aquilo que quero dizer.

Assim, há uns tempos, estando eu no meu habitual posto de trabalho (que, para o caso, interessa informar que é sito no começo de uma descida íngreme no Bairro Alto, muito perto do velho edifício do Conservatório) ouço, como ouvimos todos os que nas habituações contíguas à rua estavam, um grito de socorro. O primeiro grito passa mais ou menos despercebido mas, ao segundo grito, mais alto e mais aflito, soerguemo-nos e dirigimo-nos à rua para se nos deparar uma das mais surrealistas viões que se podem oferecer. Assim, a meio da rampa, um homem sem nada de relevante no aspecto da sua pessoa segurava com uma mão um carrinho de bebé e com a outra impedia um Smart (sim, um daqueles carritos da Mercedes do tamanho de um terço de carro normal) de esbarrar na parede de um dos prédios.

Imediatamente acorreu gente, empurrou-se o carro para um passeio, chamou-se a polícia enquanto o transeunte relatava esbaforido como de repente depois de ter passado o carro na descida levando o seu filho no veículo próprio, vê o automóvel que passou ainda há instantes partir em sua perseguição.

«Que perigo», comenta uma vizinha. «Podia ter esmagado a criança», evidencia outra. Estranhamente ouvimos o pai dizer: «E a mim.»

Com efeito, a imagem que mais me passou pela cabeça foi a do genérico dos desenhos animados do super-homem de há uns anos quando fazia parar uma locomotiva com uma só mão.

Carro parado por estratagemas que me ultrapassam, apurou-se que a sua proprietária seria uma jovem aluna do conservatório que, avistada por uma vizinha do 3º andar, teria parado o carro à pressa, arrancado uma pasta com papéis às entranhas do bólide e em alta velocidade, desaparecido na direcção da nobre instituição de ensino.

Lá encontrada pela polícia e trazida até junto do seu veículo, a jovem foi informada do sucedido, parte da informação vindo do pai ameaçado da criança em carrinho de bebé. Depois de longa conversa reconstrutiva da situação havida pela polícia e interveniente directo, à jovem apenas se lhe ofereceu dizer «O meu carro estava travado.»

A convite de um polícia abriu a porta e conferiu que o Smart estava destravado. Ouvímo-la uma vez mais: «O meu carro ficou travado.» Perante os inúmeros insurgimentos a jovem não fez mais que repetir a informação de que o carro estava travado, acabando por, depois de travar o dito, continuar a fazê-lo com ar cada vez mais irritado e concluíndo um virar de costas aos presentes com um «Mas vocês são surdos? Já vos disse que o travei, porra!»

A verdade é que, depois dos momentos imediatos de espanto, os polícias entreolharam-se e voltaram à esquadra e cada um dos transeuntes e mirones voltou ao seu lugar como depois da banda passar.

Tirai disso as vossas ilações. Sic transit gloria mundi...

O Medo e a Inocência

Com efeito, noutros tempos os medos eram outros. Hoje em dia olhamos para muitas das coisas criadas para meter medo e percebemos que, a não ser que tenham sido criadas com arte e talento, já não surtem efeito. Mas isso é assim com tudo. Salvo motivos do momento, raramente voltam ao primeiro plano coisas que tenham saído do conhecimento colectivo. E se um Nosferatu ainda assusta, se os contos de Sheridan Lefanu e M. R. James ainda aterrorizam o nosso imaginário, já não se pode dizer o mesmo do primeiro grande romance europeu sobre vampiros ou disto Esta questão ocorreu-me ao relembrar, na Feira de Artesanato do Estoril, uma pequena exposição de ogres noruegueses muito simpáticos na sua fealdade. De facto, as intenções e a verdadeira natureza das coisas, por vezes, não interessam face à leitura que as massas fazem.

P.S. :Para os cinéfilos trata-se de Yvette Mimieux,
representando o papel de Weena
na adaptação de
«The time machine» de H. G. Wells sob a
batuta
de George Pal, corria o ano de graça de 1960.

A silly season este ano começou mais tarde.

Hoje, dia 4 de Setembro de 2006, o Público publicou a primeira página da imprensa portuguesa mais risível dos últimos tempos - desde que o DN nos presenteou, em meados de Outubro do último ano, com um "pato suspeito" (ainda que o pato de óculos escuros e gabardine não tenha aparecido propriamente na primeira página). Ora, o nosso amigo diz que o «Sexo seguro pode ser condicionado pelo preço elevado dos preservativos». Não negamos que os preservativos são caros, principalmente fora dos supermercados, onde as embalagens mais baratas (mas com conteúdos tão seguros como as que se vendem nas farmácias) andam à volta dos 2 euros. Já vi preservativos à venda em lojas de chineses, geralmente da Bennetton, ao lado dos champôs Pantene e dos cremes Nívea autênticos. Os jovens que fumam e bebem cervejas (ou vodkas limão, ou até Frize, quem sabe) não têm dinheiro para comprar uma caixinha de preservativos nos chineses? Quem não quer mesmo ser contaminado com sífilis ou VIH não sabe que nos centros de saúde existem preservativos (e até pílulas) para dar a quem não tem possibilidades de os comprar? Há mesmo quem não saiba. Mas como a responsabilidade social é tão pesada como a mochila do Miguelinho, que passou agora para o 5º ano do Ensino Básico, ninguém se lembra que o sexo seguro não é um problema da responsabilidade da indústria de preservativos. É, sobretudo, um problema de informação. Mas o que me confunde é que, às vezes, parece que a informação é que é o problema.

Calendário Escolar

O período de aulas do primeiro semestre começa a 2 de Outubro e acaba a 31 de Janeiro.

Quem precisa de mais preocupações?

- E tu, também tens pena de Plutão?
- Eu?! Nem sequer o conheci pessoalmente.

A decadência da Crítica

Pois é. Portugal foi derrotado contra uma fraquinha selecção nórdica por 4-2 (ao que consta, que eu não vi o jogo). Contudo as críticas mal se fizeram ouvir.

Todos sabemos já que, com Scolari, quanto mais as derrotas em particulares e dificuldades no apuramento para as grandes competições internacionais, mais longe vamos.

Haja fé!

domingo, setembro 03, 2006

Festa do Avante

ao domingo?

sexta-feira, setembro 01, 2006

Casanova «a la mode»

Folheava eu a revista «Os meus livros» deste mês de Setembro, quando me deparo com aquela secção em que são feitas pequenas críticas às novidades, indicando qual a sua colocação numa escala de 0 a 5 e dizendo os prós e os contras dos livros em análise. Passei os olhos por alguns e de repente surge-me a crítica a «História da minha fuga das prisões de Veneza» do nosso Casanova.

A primeira coisa que nem sequer vou comentar é a comparação feita pela crítica dizendo dele ser o «Don Juan» italiano. São, para quem conhece a biografia de Casanova, dois seres antagónicos embora famosos pelos mesmos feitos (Casanova contará 1003 amantes?).

Contudo aquilo que, relamente, me deixou piurso foi que a senhora crítica, de nome Ana Morgado, achou por bem dar ao livro uma classificação de 3 e, como motivo para tal, indicou nos contras possuir este uma "escrita datada e rocócó". Pois é. Esta senhora deve conhecer Casanova dos filmes, o que, aliás, dá a entender ao falar-nos na recente adaptação cinematográfica (que nada tem que ver com a verdadeira biografia do senhor Casanova). A senhora Ana Morgado esperava certamente o discurso deselegante de um Heath Ledger cuja pronúncia australiana aproxima claramente o discurso da Itália de outras épocas (que por acaso não era Itália, que nem existia enquanto nação...).

Entendamo-nos: que esperava a senhora da linguagem de um livro do século XVIII? Estamos a falar de uma biografia de uma personagem do século XVIII, que ainda por cima e apesar de ter deixado uma memória extraordinária, não era, de forma alguma, um homem de letras. Como poderia a linguagem não ser datada? E, já agora, não será o Rocócó um movimento do século XVIII?

Penso que os críticos literários continuam a não perceber da arte. Sinceramente, não cabe na cabeça de ninguém críticar um livro do século XVIII por ter linguagem do século XVIII. Estou mesmo a ver a senhora a responder-me: "ah, mas eu procuro avisar o leitor comum de que pode ser enganado pelo livro". Pois ,é minha senhora, mas o que se passa é que há um mínimo de cultura geral que temos de exigir: se o público espera encontrar num livro o mesmo que viu no filme de Lasse Halström, então merece encontrar a realidade.

A única coisa que se lamenta é estarmos num país onde se lê tão pouco e a procura é tão desqualificada que nenhum editor jamais arriscaria traduzir e publicar os 30 volumes das memórias do Senhor Giacomo que são, sem tirar nem por, provavelmente um dos melhores retratos de uma época da qual geralmente só conhecemos a realidade da vivência de um prisma elitista.

Por último, espero que a senhora Ana Morgado seja coerente e, quando tiver de criticar uma obra de Shakespeare, coloque nos contras que a linguagem, para além de datada, é renascentista e poética.