A silly season este ano começou mais tarde.
Hoje, dia 4 de Setembro de 2006, o Público publicou a primeira página da imprensa portuguesa mais risível dos últimos tempos - desde que o DN nos presenteou, em meados de Outubro do último ano, com um "pato suspeito" (ainda que o pato de óculos escuros e gabardine não tenha aparecido propriamente na primeira página). Ora, o nosso amigo diz que o «Sexo seguro pode ser condicionado pelo preço elevado dos preservativos». Não negamos que os preservativos são caros, principalmente fora dos supermercados, onde as embalagens mais baratas (mas com conteúdos tão seguros como as que se vendem nas farmácias) andam à volta dos 2 euros. Já vi preservativos à venda em lojas de chineses, geralmente da Bennetton, ao lado dos champôs Pantene e dos cremes Nívea autênticos. Os jovens que fumam e bebem cervejas (ou vodkas limão, ou até Frize, quem sabe) não têm dinheiro para comprar uma caixinha de preservativos nos chineses? Quem não quer mesmo ser contaminado com sífilis ou VIH não sabe que nos centros de saúde existem preservativos (e até pílulas) para dar a quem não tem possibilidades de os comprar? Há mesmo quem não saiba. Mas como a responsabilidade social é tão pesada como a mochila do Miguelinho, que passou agora para o 5º ano do Ensino Básico, ninguém se lembra que o sexo seguro não é um problema da responsabilidade da indústria de preservativos. É, sobretudo, um problema de informação. Mas o que me confunde é que, às vezes, parece que a informação é que é o problema.
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