sexta-feira, abril 20, 2007

Dois poemas para T. (em inglês)

Quero
regar-te
a cada dia
como se
fosses
a última flor.

É ainda a ti que
ergo os braços nas
minhas dores de
silêncio

quinta-feira, abril 12, 2007

Escolham. Eu já escolhi.


quarta-feira, abril 11, 2007

Toizé.

Tenho uma certa tendência para ter blogues começados por tê.

Asha Bohsle and The Sunday Diplome Saga soundtrack

Admirável João Gaspar,

Eu tinha escrito, antes de admirável João Gaspar, querido João Gaspar, porque gosto realmente muito do teu pensar e do teu prosar, mas depois decidi não o escrever porque não me sentia no direito de tratar tão coloquialmente alguém com quem nunca tive a oportunidade de falar. De qualquer modo, tens razão, a culpa da tua interpretação da minha expressão como ironia é toda minha. Mas não era minha intenção, a sério.

Quanto ao que interessa, mete-me nojo a nossa sociedade de doutores. Incomoda-me pensar que a cordialidade só existe com essas duas ou três letras como prefixo. Aliás,incomoda-me que a cordialidade sirva de argumento para essas três letras. Daí, também, o facto de eu gostar de tratar as pessoas por "admirável isto", "querido aquilo", "mui adorado aqueloutro" - por falar nisto, ando a ler um livro em que o neto trata o avô por "venerável avô". Delicioso.

A entrevista de esclarecimento tem tido muito de não-esclarecimento. Não me convencem as equivalências (até porque eu, como estudante, teria direito a algumas que a universidade não me quer dar) nem, de modo geral, as universidades privadas.

No entanto, não me deixa indiferente a imagem que, decerto, Sócrates conseguirá manter: a de um líder carismático que sai apenas meio a cambalear de todas as ofensivas. Basta, para isto, ter uma capacidade retórica suficientemente singela, como poucos primeiros ministros portugueses tiveram e, mais do que isso, uma boa relação com os bandidos dos jornalistas. E também concordo contigo quando dizes que os jornalistas estavam melhor calados. É ouvindo que melhor se aprende; o grande problema é que, no meio disto tudo, há sempre alguém que tem de falar. Deixemos, pois, falar quem já ouviu demasiado.

Isto dava um filme indiano

O problema, admirável João Gaspar, é que eu não quero que o meu país tenha um primeiro-ministro desonesto. Não me preocupa nada que Sócrates não se tenha licenciado. Preocupa-me que Sócrates possa ter vergonha de não se ter licenciado (não tendo, porém, vergonha de mentir relativamente à sua licenciatura) e, acima de tudo, preocupa-me que talvez Sócrates não fosse primeiro-ministro se não tivesse uma licenciatura. E preocupa-me ainda que os bandidos dos jornalistas (fundamentalmente os da televisão, que têm sempre a culpa de tudo), tratem este assunto da maneira mais oca que existe para tratar um assunto como este. E que as revistas cor de rosa, onde o assunto, da forma como está a ser tratado, faria melhor figura, não lhe estejam a ligar nenhuma.

terça-feira, abril 10, 2007

Confessionário (XXII)

- Ando cheia de trabalhos.
- Eu também. Agora com o Processo de Bolonha são aos montes, todas as semanas.
- E aulas práticas às quais só podes assistir se tiveres estudado de verdade.
- Acho excessivo. O Sócrates não teve de fazer isto para ser engenheiro.

sexta-feira, abril 06, 2007

Ceia

O artigo mais barato da charcutaria do Pingo Doce é também o mais saboroso. A camisola que trago vestida hoje tem, curiosamente, uma cor parecida com a desse Salsichão Montanhês. O nome é lindo, mas com esta cor e este preço, não quero saber de que é feito.

segunda-feira, abril 02, 2007

Expoente máximo da cidadania

Já tenho carta. Já posso matar sem me sujar (muito).

quinta-feira, março 29, 2007

Post vindo de alguém que não sabe bem o que é uma rotunda

Tinha um blogue na costureira há algum tempo. Faltava pregar-lhe os botões. Hoje, no pior dia para o fazer (estou a pouco mais de 24 horas do meu segundo exame de condução), tomei coragem. É só meu, mas não o suficiente para que eu me orgulhe dele. Até jazz.

quarta-feira, março 28, 2007

Pandora (todos os bens da humanidade)

Adivinha os nossos gostos. Deixa-nos descobrir coisas novas. Não tem interrupções nem pausas para publicidade. É discreta e adequada. Um dos projectos mais asseados (apesar de tudo) da Internet. E viva a Internet. A Pandora Internet Radio.

*Sugestão para quem gosta de jazz: começar por Brad Meldhau.

Perry como?

eu não vou ir

A chata da Teresa Salgueiro gravou um disco com canções da Bossa Nova. Que vai ser de mim agora, Joãozinho?

segunda-feira, março 26, 2007

O Mau Alemão

Ao contrário do que se diz por aí na blogosfera, «O Bom Alemão» é um filme horroroso, não vão ver. Só consola a Cate Blanchett, que é gira, e o facto de o George Clooney passar o filme todo a levar porrada. Aproveito para pedir desculpa ao senhor que estava à minha esquerda, que pelos vistos estava a gostar do filme e teve de me (nos) pedir para não falar. Mas eu tenho uma desculpa. Não estava só a rir-me do filme; é que a pessoa que estava ao lado da minha companhia peidou-se sonoramente várias vezes.

As vinhas da ira? As vinhas da fúria? Não, a fúria das vinhas!

Não podia deixar de chamar a atenção dos nossos leitores para o título da mais recente obra de Francisco Moita Flores: «A Fúria das Vinhas». É uma pena que a consciência da impossibilidade da originalidade seja tanta que já ninguém tente ser um bocadinho menos parecido com os outros. Se eu fosse o John Steinbeck, já estava às voltas no caixão. Mas uma coisa é certa: Moita Flores já não leva o Nobel.

Tiro no escuro

Parece que Salazar foi eleito o grande português. Ainda bem que o programa da RTP não se chama "Grandes Europeus", senão talvez tivesse ganho Hitler.

domingo, março 25, 2007

Spam (desta vez "a sério")

Recebi uma mensagem do endereço accounts-noreply@google.com com o subject «Recebemos uma denúncia sobre o seu profile no Orkut». Comecei a ler o mail. Soube logo na primeira linha que afinal não se tratava de uma denúncia, mas sim de cinco denúncias relacionadas com, voilà, PEDOFILIA (em caixa alta). Não precisei ler mais para saber que era uma grande treta (se bem que as idades dos meus namorados têm decrescido com o tempo). Mas não apaguei o mail sem seguir o link que me davam para "rectificar" a situação. Nada de estranho... o link levava-me ao download de um certo ficheiro ORKUT.exe. Para dar um tom de credibilidade à coisa, remeteram-me no final do e-mail para a página das FAQs (Frenquently Asked Questions) do Google. Depois, num tom de verdadeiro profissionalismo, remataram com a seguinte frase «Não é necessário responder a esse email. Só siga as instruções acima ditas. Gratos!» Nada do que escreveram tinha acentos e as frases estavam bastante mal construídas. Os piratas informáticos teriam muito mais sucesso se arranjassem maneira de escrever melhor - e deve ser por isso que os piratas que escrevem em Inglês têm mais sucesso, porque para escrever bem em Inglês não é preciso muito.

Conheço pelo menos duas ou três pessoas que cairiam nisto. Umas pela inexperiência, outras por uma queda secreta por lolitas(os). São precisos alguns anos de spam para perder a ingenuidade. O que é pena é que quando se perde este tipo de ingenuidade, já não há muito que se possa ganhar.

sexta-feira, março 23, 2007

Deixa o teu perfume no elevador

terça-feira, março 13, 2007

Canta comigo

A repetitividade mata lentamente
a repetição dos acontecimentos
repetidos devagar simplesmente
porque são repeticentos

Lentos enquanto se repetem
Repartição como finanças
os dias que se intrometem
Na repetição destas andanças

Repõe a verdade com lentidão
da vida repetida que anda lenta
repetiste o ontem sem variação
repete amanhã enquanto não rebenta.

Carpe Diem

Amanhã a minha faculdade festeja VINTE E NOVE anos e não há aulas a partir das 15h. Os alunos estão convidados para a sessão solene com a presença do reitor da universidade e do director da faculdade. Este ano o Orçamento de Estado deve ter sido generoso para a minha faculdade; ou então a direcção é epicurista.

segunda-feira, março 12, 2007

[a] marcha da aglomeración intercalada de alguns palabrones

puta que pariu
disse, fui eu
ella fue
és linda bebé
quero deixar o mundo
automaticamente
encher-me de comprimidos
infectar o yo de raiva, de ira
la persona de
500 pecados mortais
dar o salto
dar el trambolhão
agarrar la granada y
solamente
ir
sabe-se lá para adonde
[assim vai a população]
yo cierro los ojos
o actor recita poemas in
cen di ári[d]os
eu quero, yo quiero
gritar mucho por mi madre
hoy, mergulhar nas ondas
de choques y antidepressivos
él le dice, pero de forma erudita
repara,
tu fodes muito bem
está a ficar tarde
estoy atrasada para cair
en el abismo ou
no caixote do lixo
del poeta. fui
eu
ella fue.

a.a. 2007

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Quem Te viu e Quem TV?

Pois é, já foi assim, em tempos.

Atenção à grande Eartha Kitt.

Mr. Lawrence goes Lost in Translation



domingo, março 11, 2007

Distribuição do saquitel de mirra na terapia do amor

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quinta-feira, março 08, 2007

Post Porco

Gaba-te incesto.