Eu às vezes também sou seguidista
«Saddam Hussein vai ser enforcado pelos seus crimes. Não morre ao matar, única justificação para se matar, quando a morte de um assassino pode poupar vidas inocentes. Vai morrer quando já está preso e incapaz de fazer mal. Por isso esta sentença, como todas à morte, é moralmente errada. Mas neste caso, é também o desperdício de uma oportunidade. O tribunal que o condenou à morte, por ter proferido essa sentença, não se coloca ao mesmo nível do ditador sanguinário que foi Saddam, claro que não. Mas esse tribunal, se se tivesse negado a si próprio a ordem de matar um homem que nunca se negou a si próprio o prazer de matar, teria demonstrado uma superioridade inegável. E se há lição que o Iraque precisa, hoje, é esta: qualquer vida é para se respeitar.»
Ferreira Fernandes (2006), "Perdeu-se uma oportunidade",
Bilhete Postal, Correio da Manhã, 6 de Novembro, pp. 52.
Bilhete Postal, Correio da Manhã, 6 de Novembro, pp. 52.
3 Comments:
Não podia estar mais de acordo. E ver as imagens daquele homem no tribunal, atrás de umas grades, protestando enquanto lhe era lida a sentença, conseguiu por momentos fazer-me esquecer o mal que causou, e pensar apenas que é triste quando se dita que alguém vai morrer.
Qualquer vida. E sim, num sentido muito amplo.
Era ter-lhe arrancado os pelos da barba um a um com uma pinça... isso sim era um castigo (desculpem lá mas isto tava a ficar demasiado sério).
Enviar um comentário
<< Home