Como entender um académico (oralidade)
Todos os académicos fazem frases longas. Não usam parágrafos, nem pontos finais. No máximo, vá lá, concedem ao seu discurso oral um ponto e vírgula. Em cada intervenção, por exemplo, numa conferência, os académicos dizem 3 ou 4 frases antes de passar a palavra ao colega. Os demais só têm uma maneira de descodificar o discurso académico: não ouvem as duas primeiras frases; ou, melhor, não tentam entendê-las. Se tomarem atenção à terceira ou à quarta frase acabam por conseguir interpretar todas as frases anteriores, pois é esta fase que corresponde à angústia que o académico sente quando já esgotou todo o seu vocabulário especializado nas frases anteriores não tendo, agora, como ocultar aquilo que ele mesmo identifica como a sua ideia original. Se o académico for bom, a tal ideia original é um lugar comum que, à moda de Aristóteles, toda a gente já conhecia mas no qual ainda não tinha pensado. Se o académico for mau, a tal ideia original é uma reprodução ou um pensamento sobre as ideias precedentes de outros académicos e intelectuais. Se o académico for muito mau, é possível que nunca se lhe esgote o vocabulário especializado. Neste caso, o melhor a fazer é abandonar discretamente a conferência.
1 Comments:
eles gostam de aumentar exponencialmente o seu discuro...os nossos professores fazem isso para ocupar tempo da aula e também pk pensam mesmo que não não os entendemos à primeira, nem à segunda e às vezes nem à terceira...
o que não deixam de ser verdade nalguns casos...enfim não fazem por mal..=)
ps- este blog tem mm uma imagem refrescante...gosto gosto *
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