segunda-feira, agosto 07, 2006

Sobre um PS

1. Nunca se viu um sacristão negar uma esmola.
2. Os autores deste blogue não encaram comentários como esmolas.
3. Os autores deste blogue não são falsamente modestos nem falsamente humildes, a menos que o queiram parecer para caricaturar alguém ou alguma coisa. Apesar de não escreverem para o umbigo, estes autores sabem, também, que o feedback, em linguagem comum, isto é, em linguagem não sistémica, se confunde, muitas vezes, com redundância.
4. Por seu turno, os leitores deste blogue, exceptuando os mais presumidos, sabem que os seus comentários serão sempre aprovados, provavelmente antes de serem lidos, a menos que se tornem presumidos como os outros.
5. Se esses outros decidem lamentar a esmola que dão a este humilde blogue, então os autores do mesmo sentem-se na obrigação de a devolver, de modo a não transtornar a arrumação financeira dos tais leitores. Haverá, então, quem sabe, um dia no qual um desses leitores se sentirá tentado a presumir-se e, por saber que não vale a pena chegar a fazê-lo, autocensurar-se-á, dando aos autores desde blogue a possibilidade generosa de descansar placidamente da árdua tarefa [as tarefas são sempre árduas] de selecção de comentários.
6. Caso esta hipótese optimista não se verifique, os autores do blogue terão de se basear no Grande Livro da Paciência Americana Contra o Castrismo para obter estratégias de resignação (s.f. aceitação sem revolta dos sofrimentos da existência, in Grande Dicionário Electrónico Houaiss da Língua Portuguesa 1.0).

PS: sobre a Liberdade, também há pouco a dizer. Todos achamos que é óptima; porém, em grande parte dos casos, não serve para nada. Melhor: serve, quase invariavelmente, para piorar situações, porque é raro conhecer quem saiba utilizar a Liberdade. Como também tem sido raro ver esmolas bem utilizadas.